“o que separa o velho do novo…” no mundo da bola

9 nov

Não quero regra nem nada
Tudo tá como o diabo gosta, tá,
Já tenho este peso, que me fere as costas,
e não vou, eu mesmo, atar minha mão.

O que transforma o velho no novo
bendito fruto do povo será.
E a única forma que pode ser norma
é nenhuma regra ter;
é nunca fazer nada que o mestre mandar.
Sempre desobedecer.
Nunca reverenciar.  (Como o diabo gosta – Belchior)

por Felipe Bianchi

Belluzzo com torcedores na Ilha do Retiro, em Recife.

Luis Gonzaga Belluzo é um dos mais importantes economistas e pensadores brasileiros desde o século XX.

seu gabarito inclui diversos feitos, trabalhos e prêmios. desde a década de 60.

hoje, Belluzzo é presidente – querido e apaixonado – da Sociedade Esportiva Palmeiras, que é o clube do coração deste blogueiro que vos escreve.

não vim aqui pra falar do Palmeiras, que tanto gosto de falar a respeito.

vim para falar de futebol e de revolução.

Belluzzo, como sempre suspeitou-se, é um revolucionário.

não por assinar sua carta-resposta ao blog do juca kfouri com “saudações socialistas”, mas pelo marco que representa no futebol brasileiro de rompimento total com a geração de dirigentes corruptos, baixos e sujos.

depois do erro grotesco e mal-intencionado-sim-senhor de Carlos Eugenio Simon, um árbitro que só perde prestígio entre os clubes de futebol (mas não com a CBF…), Belluzzo fez algo que a imprensa nem os tribunais esperavam ou desejavam, mas que a torcida – a alma do futebol, além de seu consumidor e razão de existir – anseava.

a resposta de Belluzzo foi agressiva, dura, porém com classe. com toda classe e classismo de quem trava uma luta para além das quatro linhas no futebol brasileiro. uma luta contra toda uma estrutura asqueirosa e fedorenta de poder no mundo da bola (ou seria do “Globo”?).

Belluzzo deu um golpe duro contra a bandalheira em forma de cartolagem.

Belluzzo deu voz ao sentimento de injustiça e da sensação de ônus moral e econômico que o torcedor Palestrino enfrenta hoje, um dia após o fatídico “golpe baixo” de Simon, CBF e o Fluminense (eterno clube de terceira divisão, se é que o passado não é esquecido por você, leitor).

Belluzzo, em nome do Palmeiras, dá um murro contra as muralhas do poder no futebol.

O presidente, que não é perfeito, mas é o mais Palestrino da história do Palestra consegue, ainda, vingar moralmente, com as acusações sinceras, apaixonadas e cheias de razão contra a canalhice, representada pelo árbitro-engavetado C.E. Simon, toda uma história de limitação por fatores extra-campo. Uma história que não cabe ser resgatada nesse post, mas que todo Palestrino e memorialista da bola conhece bem. Uma história que passa na cabeça de Leivinha em 71, no apito de Ubaldo Aquino, no impedimento de Alex contra o Manchester United. Uma história que passa de uma eliminação em Campeonato Paulista com o adversário (Corinthians) não tendo entrado em campo em seu jogo e garantido a vaga. Uma história com gol de mão do SPFC e pênalti escandaloso jogo-sim jogo-também não marcado contra esse referido clube.

Isso só pra ilustrar.

Todos sabem que o buraco é mais embaixo. Quem quiser detalhes, já que me excedi em tal manifesto, fique a vontade para perguntar ao legítimo OCTA-CAMPEÃO brasileiro pela CBD e CBF. e não apenas tetra da CBF.

Belluzzo expressa o sentimento deste que vos escreve bem como o de mais de 15 milhões de apaixonados que gastam dinheiro, tempo e energia em um meio podre e desgastado. a história se repete. mas dessa vez a voz não se calou e as cabeças não se abaixaram. dessa vez, a resposta foi a desmoralização sincera e com propriedade de algo velho que necessita urgentemente, assim como o Palmeiras precisou na sua política até a entrada de Belluzzo, do novo.

Alguem precisa dizer que o futebol é podre e ontem tivemos um exemplo dessa podridão.Não falo apenas da anulação do gol.

Foi a forma descarada, ostensiva e desavergonhada, a intenção clara de prejudicar um time e favorecer o outro.

Erros de arbitragem acontecem.

O Palmeiras perdeu tres jogos e não falei nada.Tem mais. O futebol está povoado de picaretas e safados.

Esse Simon é um operador “oficial” de interesses escusos.

Não vou parar de falar porque não tenho rabo preso.

Tampouco vou “trabalhar nos bastidores, eufemismo para “comprar o juiz”.

Se for preciso fazer isso, prefiro ir para casa. (Belluzzo)

5 Respostas to ““o que separa o velho do novo…” no mundo da bola”

  1. vivi 09/11/2009 às 13:50 #

    Boa Pipo, falou tudo mesmo, e para variar foi no fluminense que deve uma terceira divisão
    Achei demais a postura do Belluzo que disse tudo o que estava entalado na garganta de vários torcedores não só do Palmeiras …

  2. jovem Lázaro 09/11/2009 às 13:52 #

    O Serra também é torcedor apaixonado do Palmeiras.
    Explica isso agora !

    Ps.: Friendssship Ssstaysss Forever! Precccioussss !

    []’s

    • felipebianchi 09/11/2009 às 14:19 #

      Explicando: o post é, como anunciado (embora talvez não cumprido), mais sobre o Belluzzo que sobre o Palmeiras. Além do que, o presidente eleito pelo Palmeiras é o Belluzzo e não o Serra. Diversidade de posturas políticas e classes existe dentro e fora de qualquer clube. A questão aqui é outra.
      Ps.: “friendship stays forever precious” []’s

  3. Vlado 09/11/2009 às 16:18 #

    Muito Pipo,
    O Belluzo falou por todos os Palmeirenses, nem tem o que acrescentar sobre a arbritagem. Claro que naquela sequência que tivemos 3 derrotas não podemos culpar o juiz ou bandeirinha o time não mereceu ganhar mesmo mas ontem este ser insignificante alterou o resultado… Muito bom o título, não sei se podemos considerar o Beluzzo revolucionário, outros adjetivos caberiam melhor e o já fizeram, acho que as atitudes que ele tomou dizem mais do que as próprias palavras dele. Até porque quem é Palmeirense tinha já se acostumado com diregentes além de corruptos e etc, sempre omissos e calados diante de cbf, globo, commebol e afins. A parte de dar us tapas no simom é engraçada mas um tanto desnecessária e o não-medo de um eventual processo só aumenta meu apreço pelo Belluzo. Parabéns Belluzo, Toninho Cecilio, Juca Kfouri e Pipo pelo post.

    • felipebianchi 09/11/2009 às 16:40 #

      Valeu Vlad. O termo revolucionário foi empregado por mim, e mantenho a afirmação, por ser uma postura que rompe com uma tradição empoeirada no futebol brasileiro e propõe mudanças radicais na mentalidade gestionária dos clubes. Abraço!

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